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7 de set. de 2010

生死 - Seishi (Vida e Morte)


Existe coisa mais estranha que viver como um ser humano? Segundo a ciência, somos o único ser vivo do planeta que tem a consciência de que nosso ciclo de vida um dia irá, por fim, encerrar-se. Como é esquisito viver com essa certeza. Supondo que você, caro metafórico leitor, não seja religioso, ou seja, não acredite em outras formas de existência além da terrena, como é não-ver? Não-ouvir? Não-respirar? Não-pensar? Eu acho que não conseguimos conceber tal "não-existência" porque, como uma professora já me disse em aula, nosso cérebro nos protege disso para que não percamos o juízo. De fato.

Sou ateu. Ou agnóstico. Ou seja lá qual rótulo (algo, por sinal, que a vida sempre nos impõe) que me darão por não acreditar em Deus. Por não ter essa crença, não tenho a mínima ideia do porquê (se é que existe um) de estarmos aqui. Então é algo realmente intrigante. Por que criamos música? Por que brigamos? Por que amamos? Por que nos perguntamos sobre tudo isso? Nunca saberei e, sabendo disso, passo a me interessar cada vez mais pela vida. Por pior que ela esteja, é apenas momentâneo. Esse conjunto de mistérios que estão aí para serem desvendados me instiga a continuar e seguir em frente. Não condeno os suicidas, porém não entendo porque procuram encurtar sua estada por aqui. Vamos viver, sejam os piores ou melhores momentos. Na ausência e na presença, na saúde ou na doença, se há um casamento verdadeiro, é a relação de nossa existência com o todo. Até que a morte nos separe.

André L.

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