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18 de set. de 2010

交差点 - Kousaten (Encruzilhada)

Hoje, o single de crossroad de um dos meus artistas favoritos, a cantora nipônica Ayumi Hamasaki, finalmente foi disponibilizado na Internet. Como parte de um projeto de três singles (CD com poucas faixas originais), este é o quadragésimo nono de sua carreira. O single também representa um momento importante, já que, caso ele chegue ao primeiro lugar da parada de sucesso japonesa, a Oricon, Ayu conseguirá atingir um recorde, o de 24 singles em primeiro lugar consecutivamente, igualando-se à cantora Matsuda Seiko. Pode-se dizer que é um divisor de águas de sua carreira.

Entretanto, o foco desse post não é exatamente falar sobre a carreira dela ou sobre suas músicas, mas sim sobre crossroad em específico. A letra da música realmente encaixa com o momento que eu estou passando. Abaixo, a tradução:

"crossroad" (Encruzilhada)
by Dark @ AyuBrasil.com
Thanks: maikaru @ AHS

Às vezes me pergunto
O quão diferente é a paisagem que vejo daqui
Em relação à paisagem que desenhei em meus sonhos.

Naquela época, quando eu estava no início da estrada,
Eu disse: "Talvez seja melhor escolher esse caminho."
Naquela época, quando eu estava no início da estrada,
Eu me perguntei sobre o que poderia estar do outro lado.

Mas eu ainda estou caminhando em frente,
E eu ainda não perdi essa luta.

Eu me pergunto se aquelas pessoas,
Que fingiram ser fortes para não se machucar,
Conseguiram rir.

Algo que está sempre mudando,
Algo que foi mudado,
E algo que não pode ser mudado,
Será que consigo rir?

Só me restam lembranças nostálgicas.
Inesperadamente eu fui longe demais,
Nessa estrada que se desenrola por toda parte.
E ao fazer isso, me senti acolhida, mas foi doloroso.

"O que eu perdi
Enquanto me tornava uma adulta?"
"O que é essa coisa que não pára de se multiplicar,
Enquanto estou me tornando uma adulta?"
Até mesmo enquanto penso nisso,
Estou olhando para o passado.

Eu sinto que cruzei o caminho de uma pessoa
Que me lembra o rosto de alguém de uma determinada época, mas
Impossibilitada de chamar por essa pessoa,
Eu apenas a observei enquanto ela se distanciava.

Mas eu ainda estou caminhando em frente,
E eu ainda não perdi essa luta.

Eu me pergunto se aquelas pessoas,
Que fingiram ser fortes para não se machucar,
Conseguiram rir.

Algo que está sempre mudando,
Algo que foi mudado,
E algo que não pode ser mudado,
Será que consigo rir?

Sempre estamos traçando caminhos, oportunidades, expectativas e objetivos na nossa vida. Muitas vezes você escolhe determinados caminhos, tendo sempre que abdicar outros. E se esse caminho não for o melhor para você? E se essa jornada que você está embarcando não valer a pena, for uma perda de tempo. Por um tempo, eu pensei exatamente assim, "o que eu estou fazendo nesse lugar?".

Em outros momentos, determinadas coisas acontecem sem você se dar conta, e aí mais uma encruzilhada se forma: o que eu devo fazer, que decisão tomar. Outro caminho é  formado, e mais uma vez as dúvidas de mais uma escolha são ponderadas. "Será que eu não fiz uma idiotice?".

Mas agora, eu acho que qualquer que seja o caminho que escolhamos, sejam aqueles percorridos por iniciativa própria ou aqueles que simplesmente a vida nos impõe, o que basta é que esta seja uma decisão sua. Como li uma vez num mangá, "mesmo que essa sua decisão seja contestada pelos outros, condenada, e, por isso, você tenha que carregar o peso incalculável das consequências, se ela é tomada única e exclusivamente por você, tudo bem, afinal, só você é você, ninguém pode decidir algo no seu lugar". Portanto, não existem caminhos certos ou errados, apenas possibilidades. Basta termos discernimento e analisar o que fazemos.

Porém, existem momentos em que analisar não é preciso, apenas fazer o que deve ser feito, sem muito o que pensar. Mas saber quando é o momento oportuno é complicado, não é mesmo? Será que eu conseguirei rir no final da jornada? Isso a gente aprende em meio a nossas encruzilhadas diárias. Eu estou tentando cruzá-las com sinceridade, e você?


André L.

12 de set. de 2010

無責任と無関心 - Musekinin to Mukanshin (Irresponsabilidade e Apatia)


Apatia. Desinteresse. Sabe aquele momento em que, mesmo que tua paz de espírito momentaneamente parece estar no lugar, algo te bota pra baixo? Sabe quando você sente que há algo errado na sua vida, aliás, sabe muito bem o que é, mas que parece imutável, intransponível, dentro do que eu posso ou não posso fazer? Irresponsável. Desleixado. Não quero fazer nada, mesmo tendo tudo a ser feito. Não me sinto capaz, apesar de saber muito bem que posso fazê-lo. Não persistir em algo que você não quer para si no momento. É assim que me sinto.

Certos interesses de antes passam a me fazer mal, a querer distância deles. Porém, paradoxalmente, interesses que sempre tive parecem cada vez mais brilhantes e necessários. Eu preciso mudar, preciso alcançar certos objetivos, abdicar de certas obrigações, passar a ser mais responsável em outras e, o mais doloroso, esquecer certos sentimentos. Às vezes acho que estou sendo irresponsável e até mesmo desinteressado com minha auto-estima. Preciso ter mais responsabilidade e interesse por mim mesmo. Construir o que chamam de "amor-próprio".

André L.