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16 de ago. de 2011

愛の歌 - Ai no Uta (Canção de amor)

Eu não acredito em viver uma vida sem amor
Eu não quero imaginar uma vida sem sonhos
Não consigo ver mesmo uma vida sem música
Sem pensamentos imprescindíveis, a vida é chata e sem sentido
Não pode ser assim
Você tem alguém a quem você queira proteger?
Está ansioso se pode protegê-lo até o fim?
Por você estar ferido e esgotado
Você conhece a força
Você tem alguém que é querido a você?
Você pode cuidar dessa pessoa?
Por favor, segure a pessoa gentil e fortemente
Antes que você a perca ou o perca
Parece que as coisas não são tão fáceis assim
Mesmo assim, sem pensamentos imprescindíveis
A vida é chata e sem sentido
Eu não acho que tudo irá correr tão bem
Mesmo assim, sem pensamentos imprescindíveis
A vida é chata e sem sentido

Trechos de Love song - ayumi hamasaki
Tradução by me
Thanks: ayumi.primenova.com
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Porque amor é imprescindível, seja qual for o amor.

Taty, Alex, cloud, Su, Dê, Faby, Vini, Rafa, Ramonchi, Will, BanAnne, Hêbilla, Babi/Babetty, Camila, Nani, AmanaS (!), Nando.

刺激 - Shigeki (Motivação)

Às vezes eu não entendia as motivações das pessoas. Não que eu seja um poço de racionalidade, mas certas coisas não pareciam fazer sentido. 

Me peguei pensando sobre meu curso, a motivação em fazê-lo. Estava na sétima série, assistindo a TV despreocupadamente, até que começa o Jornal Nacional. Não sei porquê, comecei a reparar nas reportagens e nos apresentadores. Logo pensei "nossa, essa profissão deve ser legal". Não pelo (falso) glamour de "ser famoso", "ser global", "aparecer na TV" ou como quer que queiram chamar. Parece hipócrita, porque eu gosto de chamar a atenção (até certo ponto) e gosto sim de ser reconhecido pelo o que eu faço. Mas achei interessante porque saber o que acontece ao meu redor é algo que faz parte de mim desde pequeno.

Nesses últimos tempos, não estou motivado com meu curso. Um amigo meu até reclama que eu só faço falar mal da minha universidade no twitter, é engraçado. Mas não é porque eu reclamo e me decepciono com certas coisas que eu vou desistir ou virar as costas para minhas responsabilidades. Seja no curso, seja no trabalho, seja com as amizades.

Me pergunto também o motivo de certas pessoas serem amigas de outras, ou o motivo de não se olharem nem no olho. Às vezes são coisas tão estúpidas para uns, às vezes tão imprescindíveis para outros, mas eu passei a entender que as motivações humanas muitas vezes são impulsos, coisas que não compreendemos. Mas não é por isso que eu vou deixar de tentar entendê-las.

Acho importante parar para eleger quais são suas motivações e necessidades. Profissionais, acadêmicas, afetivas. O que é imprescindível para você continuar a seguir em frente?

3 de dez. de 2010

心配 - Shinpai (Preocupação)

Nesses últimos dias, a coisa parece mais forte que antes. Indicações, avisos, recados, sermões, intimações,  elevações do tom de voz, tentativas mal-sucedidas de proibições, escopo de instâncias superiores. Um processo jurídico? Que nada, este é apenas o retrato da vida de um jovem recém(ou não tão recém)-saído da adolescência, que, em busca de arejar novos ares e vivenciar novos episódios, encontra sua primeira barreira dentro de casa. 

Uma mãe pode ser um barreira bem complicada de se lidar, a princípio por se tratar de uma instituição reguladora da sociedade bem próxima, que te conhece muito mais detalhadamente que qualquer outra. O jogo psicológico é a pior arma que uma mãe pode usar, e não se preocupe, ela irá usá-la, ah se irá. Mesmo que você diga a si mesmo "não estou nem aí para o que ela pensa ou deixa de pensar", no fundo, bem no fundo, nas entranhas de sua subconsciência, aquela pontinha de culpa vai sempre se enraizando, gerando alguns conflitos.

Afinal, que sensação estranha é essa que muitas mães têm de quererem controlar every single step de suas crias? Elas são mães ou proprietárias? Todo jovem quer se libertar de suas amarras, alguns já conseguem se desvencilhar desse emaranhado de "não"s e "estou decepcionada"s bem precocemente, porém, alguns ainda continuam tardiamente nesse processo, just like me. Como superar essa fase?

Em contraponto, enquanto alguns se preocupam demais, outros se preocupam de menos. A cada dia, eu percebo as pessoas muito menos preocupadas com o que acontece à sua volta, mais do que antes. E não estou me excluindo disso. Uma certa apatia parece crescer, sejam nas relações interpessoais como nas relações sociais. Parece tudo tão superficial, plástico, três por quatro. Não sei se é porque estou amadurecendo e descobrindo mais aspectos do mundo, mas parece que, cada vez mais, o mundo se move pelo interesse. Não o interesse natural de procurar o melhor para si, não esse interesse egoísta e necessário; mas sim um interesse egocêntrico e corrosivo. Nesse tipo de interesse, apenas suas vontades urgem, mesmo que você precise passar por cima de tudo e de todos. Hedonismo capitalista na veia. 

Não que eu esteja "culpando" uma estrutura econômica e social pelo comportamento das pessoas, esse cenário é só um reflexo do conteúdo dos seres humanos. Quase tudo parece tender a isso. Seria esse um dos motivos de preocupação de nossas mães?

Apesar de uma visão bem pessimista a princípio, ainda acredito nas ligações baseadas no interesse, porém numa forma menos agressiva. Não conseguir mais acreditar nisso no futuro me preocupa. Bastante.

André L.

29 de set. de 2010

疲労 - Hirou (Cansaço)

Mente. Corpo. Responsabilidade. Estudo. Dinheiro. Futuro. Passado. Presente. Além-morte. Diversão. Sorrisos. Sinceridade. Apatia. Amizade. Felicidade. Distanciamento. Reaproximação. Ligação. Novidades. Estafa. Desânimo. Reânimo. English. Course. Knowledgement. Improvement. Música. Paixão. Japão. Ayu.

São tantos os caminhos, tantas as preocupações, tantas decisões. Pessoas chatas, pessoas legais, pessoas amáveis, detestáveis. Situações embaraçosas, tensas, geradoras de expectativa. Tudo isso cansa. Cansa, porém vale a pena. Vale mesmo?

André L.

18 de set. de 2010

交差点 - Kousaten (Encruzilhada)

Hoje, o single de crossroad de um dos meus artistas favoritos, a cantora nipônica Ayumi Hamasaki, finalmente foi disponibilizado na Internet. Como parte de um projeto de três singles (CD com poucas faixas originais), este é o quadragésimo nono de sua carreira. O single também representa um momento importante, já que, caso ele chegue ao primeiro lugar da parada de sucesso japonesa, a Oricon, Ayu conseguirá atingir um recorde, o de 24 singles em primeiro lugar consecutivamente, igualando-se à cantora Matsuda Seiko. Pode-se dizer que é um divisor de águas de sua carreira.

Entretanto, o foco desse post não é exatamente falar sobre a carreira dela ou sobre suas músicas, mas sim sobre crossroad em específico. A letra da música realmente encaixa com o momento que eu estou passando. Abaixo, a tradução:

"crossroad" (Encruzilhada)
by Dark @ AyuBrasil.com
Thanks: maikaru @ AHS

Às vezes me pergunto
O quão diferente é a paisagem que vejo daqui
Em relação à paisagem que desenhei em meus sonhos.

Naquela época, quando eu estava no início da estrada,
Eu disse: "Talvez seja melhor escolher esse caminho."
Naquela época, quando eu estava no início da estrada,
Eu me perguntei sobre o que poderia estar do outro lado.

Mas eu ainda estou caminhando em frente,
E eu ainda não perdi essa luta.

Eu me pergunto se aquelas pessoas,
Que fingiram ser fortes para não se machucar,
Conseguiram rir.

Algo que está sempre mudando,
Algo que foi mudado,
E algo que não pode ser mudado,
Será que consigo rir?

Só me restam lembranças nostálgicas.
Inesperadamente eu fui longe demais,
Nessa estrada que se desenrola por toda parte.
E ao fazer isso, me senti acolhida, mas foi doloroso.

"O que eu perdi
Enquanto me tornava uma adulta?"
"O que é essa coisa que não pára de se multiplicar,
Enquanto estou me tornando uma adulta?"
Até mesmo enquanto penso nisso,
Estou olhando para o passado.

Eu sinto que cruzei o caminho de uma pessoa
Que me lembra o rosto de alguém de uma determinada época, mas
Impossibilitada de chamar por essa pessoa,
Eu apenas a observei enquanto ela se distanciava.

Mas eu ainda estou caminhando em frente,
E eu ainda não perdi essa luta.

Eu me pergunto se aquelas pessoas,
Que fingiram ser fortes para não se machucar,
Conseguiram rir.

Algo que está sempre mudando,
Algo que foi mudado,
E algo que não pode ser mudado,
Será que consigo rir?

Sempre estamos traçando caminhos, oportunidades, expectativas e objetivos na nossa vida. Muitas vezes você escolhe determinados caminhos, tendo sempre que abdicar outros. E se esse caminho não for o melhor para você? E se essa jornada que você está embarcando não valer a pena, for uma perda de tempo. Por um tempo, eu pensei exatamente assim, "o que eu estou fazendo nesse lugar?".

Em outros momentos, determinadas coisas acontecem sem você se dar conta, e aí mais uma encruzilhada se forma: o que eu devo fazer, que decisão tomar. Outro caminho é  formado, e mais uma vez as dúvidas de mais uma escolha são ponderadas. "Será que eu não fiz uma idiotice?".

Mas agora, eu acho que qualquer que seja o caminho que escolhamos, sejam aqueles percorridos por iniciativa própria ou aqueles que simplesmente a vida nos impõe, o que basta é que esta seja uma decisão sua. Como li uma vez num mangá, "mesmo que essa sua decisão seja contestada pelos outros, condenada, e, por isso, você tenha que carregar o peso incalculável das consequências, se ela é tomada única e exclusivamente por você, tudo bem, afinal, só você é você, ninguém pode decidir algo no seu lugar". Portanto, não existem caminhos certos ou errados, apenas possibilidades. Basta termos discernimento e analisar o que fazemos.

Porém, existem momentos em que analisar não é preciso, apenas fazer o que deve ser feito, sem muito o que pensar. Mas saber quando é o momento oportuno é complicado, não é mesmo? Será que eu conseguirei rir no final da jornada? Isso a gente aprende em meio a nossas encruzilhadas diárias. Eu estou tentando cruzá-las com sinceridade, e você?


André L.

12 de set. de 2010

無責任と無関心 - Musekinin to Mukanshin (Irresponsabilidade e Apatia)


Apatia. Desinteresse. Sabe aquele momento em que, mesmo que tua paz de espírito momentaneamente parece estar no lugar, algo te bota pra baixo? Sabe quando você sente que há algo errado na sua vida, aliás, sabe muito bem o que é, mas que parece imutável, intransponível, dentro do que eu posso ou não posso fazer? Irresponsável. Desleixado. Não quero fazer nada, mesmo tendo tudo a ser feito. Não me sinto capaz, apesar de saber muito bem que posso fazê-lo. Não persistir em algo que você não quer para si no momento. É assim que me sinto.

Certos interesses de antes passam a me fazer mal, a querer distância deles. Porém, paradoxalmente, interesses que sempre tive parecem cada vez mais brilhantes e necessários. Eu preciso mudar, preciso alcançar certos objetivos, abdicar de certas obrigações, passar a ser mais responsável em outras e, o mais doloroso, esquecer certos sentimentos. Às vezes acho que estou sendo irresponsável e até mesmo desinteressado com minha auto-estima. Preciso ter mais responsabilidade e interesse por mim mesmo. Construir o que chamam de "amor-próprio".

André L.

7 de set. de 2010

生死 - Seishi (Vida e Morte)


Existe coisa mais estranha que viver como um ser humano? Segundo a ciência, somos o único ser vivo do planeta que tem a consciência de que nosso ciclo de vida um dia irá, por fim, encerrar-se. Como é esquisito viver com essa certeza. Supondo que você, caro metafórico leitor, não seja religioso, ou seja, não acredite em outras formas de existência além da terrena, como é não-ver? Não-ouvir? Não-respirar? Não-pensar? Eu acho que não conseguimos conceber tal "não-existência" porque, como uma professora já me disse em aula, nosso cérebro nos protege disso para que não percamos o juízo. De fato.

Sou ateu. Ou agnóstico. Ou seja lá qual rótulo (algo, por sinal, que a vida sempre nos impõe) que me darão por não acreditar em Deus. Por não ter essa crença, não tenho a mínima ideia do porquê (se é que existe um) de estarmos aqui. Então é algo realmente intrigante. Por que criamos música? Por que brigamos? Por que amamos? Por que nos perguntamos sobre tudo isso? Nunca saberei e, sabendo disso, passo a me interessar cada vez mais pela vida. Por pior que ela esteja, é apenas momentâneo. Esse conjunto de mistérios que estão aí para serem desvendados me instiga a continuar e seguir em frente. Não condeno os suicidas, porém não entendo porque procuram encurtar sua estada por aqui. Vamos viver, sejam os piores ou melhores momentos. Na ausência e na presença, na saúde ou na doença, se há um casamento verdadeiro, é a relação de nossa existência com o todo. Até que a morte nos separe.

André L.

3 de set. de 2010

きずな – Kizuna (Vínculo)

Ah, as relações. Esses vínculos que não sabemos (ou sabemos muito bem) porque são criados, que nos fazem sorrir e sofrer, muitas vezes simultaneamente. Olhamos para alguém, e, no mesmo instante, uma relação com o outro é estabelecida. "Não externalize opiniões negativas acerca de alguém quando estas são tiradas à primeira vista", foi o que uma professora disse. Faz sentido. Se você não gosta dessa pessoa, dificilmente você não criará vínculos com ela, então pra que falar algo sobre ela?

Mas não estou aqui pra falar sobre quem não gosto. É para tentar entender esse estranho sentimento que toma conta da gente sem percerber, sorrateiro, porém intenso. Amizade, amor, fraternidade, relações de pai e filho, todos são vínculos que, por vezes, não são impostos, apenas acontecem, fluem naturalmente.

Amizade é uma das coisas mais importantes que temos. São vínculos que decidimos e não decidimos ter ao mesmo tempo. Nos sentimos bem perto dessa "família" que escolhemos. Entretanto, às vezes me sinto distante de certos amigos, mesmo quando convivo regularmente com eles. É estranho, de uma hora para outra você "não se sente mais em casa", mesmo gostando muito de cada um deles.

E quando amor (ou algo que não se consegue classificar) se mistura com amizade? É mais complicado ainda. O medo de acabar com uma relação já constituída e delimitada parece que impede que se tome certas decisões, que serviriam até para desencargo de consciência. Parece que um sentimento tenta se sobrepor ao outro, ambos não conseguem conviver harmonicamente. Ou talvez seja apenas imaturidade minha, não sei.


As relações com a família também são complicadas. Muitas vezes descarregamos nosso estresse (e vice-versa) nos parentes próximos, e os vínculos se abalam, entretanto, parece que logo eles se consertam, como se fosse mágica. Queria que as amizades fossem do mesmo jeito. É um dos pontos complicados, escolhemos nossos amigos, entretanto estabilizar essa relação de confidência é algo que demora a ser construído, e com mais dificuldade. Na hora de trabalhar, os vínculos também se fazem presentes. Muitas vezes é complicado separarmos o profissional e o pessoal. Nossa relação com determinada pessoa pode até mesmo atrapalhar um trabalho, seja gostando ou não dela.

Uma eterna e sensível balança parece que nos sustenta todo o tempo, em todos os aspectos de nossa vida, e cabe a cada um de nós controlá-la. A minha, no momento, anda bastante desestabilizada. E como anda a sua, caro metafórico leitor?

André L.

2 de set. de 2010

Os sons


Minha relação com a música começou bastante esquisita. Desde pequeno recebo um enxurrada de músicas dos mais diversos estilos, desde a MPB até o classic rock. Tudo influência de minha mãe. Apesar de ter nascido em um berço relativamente musicado (acho que é uma palavra mais apropriada que "musical"), aquela baderna auditiva que me irritava toda vez que eu queria ver TV em paz nunca fazia sentido para mim. Achava chato, tedioso, apenas barulho. Tenho algumas lembranças, é claro, de gostar de certas músicas, ter certo apreço por alguns artistas, claro. Mas nunca passou disso. Ouvir discos (mãe tem uma coletânea gigante de discos e CDs até hoje)? Aumentar o volume do rádio no último? Não, não era para mim.

Até meus 14 anos, minha ideia sobre música pop era praticamente inexistente. Só ouvia o que tocava nas rádios, com bastante reclamação para desligarem o aparelho, lógico. Britney Spears? N'Sync? Backstreet Boys? Spice Girls? Eram apenas nomes distantes da minha realidade (até hoje o são, mas isso é outra história). Mas tudo mudou no meu primeiro ano de Ensino Médio. Graças a uma amiga, fui apresentando à música pop contemporânea japonesa. Japão, André? Japão sim, caro metafórico leitor. Xing ling dong? Não, isso é chinês, próximo corredor à esquerda. Foi através desses artistas com nomes diferentes e canções não tão assim que eu passei a adquirir o hábito de parar para ouvir, sentir a música.

Foi aí que eu me dei conta de que eu não odiava música. Os seres humanos são mais complexos do que aparentam, ouso dizer que é o ser que mais se transforma, e de uma maneira tão radical. Talvez seja isso o que chamam de maturidade, ou, pelo menos, um vago sinal dela?
Não tenho formação nenhuma. Técnica, estudo, nada que eu possa bater no peito e dizer "eu sei sobre música". Mas amo, adoro essa conjunção harmônica de sons que flui naturalmente. Posso parecer meio brega quando falo sobre esse assunto, mas que se dane. Brega, cri cri, clichê, dou minha cara à tapa: music is my life.

Gosto de cantar. Como disse ali em cima, não tenho estudo nenhum. Canto livremente, canto pela vontade e pelo prazer de cantar. Canto para expressar o que eu sinto, o que eu quero passar pra quem me ouve (nem que seja uma dor de cabeça, haha). Tenho amigos que cantam, a quem tenho muito apreço. Amizades se constróem por causa da música, minhas amizades auditivas, como falo.

Cinco anos se passaram desde meu "encontro". Tenho o costume de sempre estar cantarolando ou dedilhando esquisitamente uma música em qualquer lugar onde eu esteja. Estou sempre com aqueles dois fios pretos que toda mãe odeia grudados no meu ouvido. Sou um ser da (pós?)contemporaneidade, baixo músicas e mais músicas, alimento minha fome pelo novo, pelo que me instiga. Passo pelo setor de Música da universidade com ouvidos atentos, olhos de admiração e uma certeza. Uma certeza.

André L.

Reflexivo e Infrutífero



Sabe, eu nunca mantive blogs pessoais durante minha adolescência. Nunca consegui manter uma regularidade de postagens, algo me desviava, esquecia de atualizar. Mas, naquela época, acho que eu tinha outras preocupações, outros medos, outras necessidades. Agora, eu sinto vazios e preenchimentos ao mesmo tempo. Alegrias e tristezas repentinas, que fazem do riso um choro repreendido (o pior de todos os choros é aquele que não aparece). Estou aqui para isso.

Falar sobre mim nunca foi tão importante quanto agora. Às vezes eu sinto que incomodo as pessoas ao meu redor expressando meus "dramas", minhas limitações, meus medos. Não estou desmerecendo as pessoas que sempre me ouvem e me aconselham, muito pelo contrário. Eu sinto que cada um tem seus problemas pessoais, suas encruzilhadas a cruzar, bifurcações a escolher, caminhos a abdicar e que também sou apenas mais um deles, portanto acho que me comporto de forma egoísta quando tomo-lhes seu tempo de vida para falar do que sou. Estou aqui para isso.

Raciocinar, refletir sobre o que acontece e o que nos cerca. Aproveitar cada bom momento que surge, procurar o infinito no que é limitado. Rir, chorar, emputecer. Estou aqui para isso.

Infrutífero? O minúsculo, porém retumbante sinal do meu humor peculiar, que não me abandona nunca. Porque rir de tudo é desespero, mas rir de si próprio é necessário. Estou aqui para isso.

Reflexivo? Porque, por mais que minha cara transpareça um sorriso ou uma apatia, estou pensando. Pensando, e muito. Se esse pensamento é útil para alguém, pouco importa. Só sei que nada sei, porém sei que posso saber. Estou aqui para isso.

André L.